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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1047-1

1047-1

VIGILÂNCIA DE GENÓTIPOS DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) EM MULHERES PORTADORAS DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) APÓS 8 ANOS DE VACINAÇÃO DESTA POPULAÇÃO DE CAMPOS DE GOYTACAZES, RIO DE JANEIRO.

Autores:
Milena Siqueira Pereira (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Rafael Brandão Varella (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Willker Menezes da Rocha (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Charbell Miguel Haddad Kury (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Silvia Maria Baêta Cavalcanti (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo:
Papilomavírus humanos (HPV) são vírus sexualmente transmissíveis que podem causar carcinoma cervical. Esta infecção é mais prevalente em mulheres que vivem com HIV (MVHA), devido à imunossupressão. Campos dos Goytacazes foi o primeiro município brasileiro a disponibilizar, em 2011, a vacina quadrivalente de HPV (4vHPV) para MVHA até os 45 anos. Os objetivos foram caracterizar a prevalência e a diversidade genômica da infecção pelo HPV a partir de esfregaços cervicais, antes e no período de oito anos após a aplicação da 4vHPV em MVHA, e correlacionar possíveis fatores de risco. Trata-se de um estudo de coorte com intervenção, composto por três momentos: T1 (2014) - 1º coleta e vacinação; T2 (2018) - 2º coleta e T3 (2022) - 3º coleta. Após a primeira coleta das amostras foi administrada a vacinação em três doses, junto a um questionário sobre variáveis socioeconômicas. Através da consulta dos prontuários obtivemos acesso ao diagnóstico do exame Papanicolau; a quantificação da carga viral do HIV, feita por PCR em tempo real; e a contagem de Linfócitos T CD4+, pela citometria de fluxo. A prevalência da infecção pelo HPV foi avaliada através da técnica de Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) usando os primers MY09/11. Para a genotipagem molecular foi utilizada uma segunda PCR com primers para sequências gênicas tipo-específicas dos HPV. Os casos inconclusivos foram analisados pela Hibridização em Microarranjo de DNA. No momento T1, 156 mulheres foram analisadas, com 107 (68,6%) negativas no Papanicolau e PCR, e 49 (31,4%) positivas em pelo menos um dos testes. Das amostras positivas, 35 foram diagnosticadas pela PCR, sendo que 31 (88%) apresentaram genótipos virais incluídos na 4vHPV. A análise univariada realizada no momento T1 considerou as variáveis “idade maior ou igual a 50 anos”, estado civil “casada”, “número de filhos menor ou igual a 2”, “parcerias sexuais menores ou iguais a 3” e “contagem de Linfócitos T CD4+ maior que 550” como fatores protetivos contra a infecção viral. No momento T2, 42 pacientes foram analisadas, com três (7%) casos positivos, e uma delas apresentou um tipo não-vacinal. Já no momento T3, 44 amostras foram coletadas, com 15 (34%) casos positivos; porém com genotipagem ainda em andamento. A infecção pelo HPV é uma grande preocupação em saúde pública, em especial para MVHA, dado ao perfil de infecções por múltiplos genótipos virais incomuns. A utilização da 4vHPV tem se mostrado benéfica para esta população, mas ainda assim, até o momento os dados dão suporte para a extensão da faixa de idade vacinal para 45 anos em âmbito nacional, e para a implementação da vacina nonavalente.

Palavras-chave:
 Genotipagem molecular, Papilomavírus humano, Vacina, Vírus da imunodeficiência humana


Agência de fomento:
CAPES